Liberdade (II) ao longo do debate filósfico (8º ano e 9º ano)




O conceito de liberdade tem um sentido muito ampliado, contraditório e mutante.  Vamos ver a modificação desse conceito ao  longo da história.
Platão e Aristóteles:

Aristóteles (384 a.C.-322 a.C) disse que “a liberdade é a capacidade de decidir-se a si mesmo para um determinado agir ou sua omissão”. Assim, liberdade é o princípio para escolher entre alternativas possíveis, realizando-se como decisão e ato voluntário. Para Aristóteles, é livre e voluntária a ação que não sofre coações. Sócrates (469-399 a.C.) acreditava que o homem livre é aquele que consegue dominar seus sentimentos, seus pensamentos, a si próprio. É dele a célebre frase: “Conhece-te a ti mesmo”. Uma contradição da época foi a existência da escravidão. A profissão de “pensar” era um exercício de liberdade para os homens livres. O escravo não possuía direito algum, não tinha a liberdade.

Pensadores cristãos buscaram refletir a relação entre liberdade e Deus. A concepção de liberdade tinha a ver com a elevação de espírito, a superação das tentações e dos pecados....
Para Santo Agostinho (354-430), apesar de Deus saber o que vamos fazer, ele não controla as nossas ações. A liberdade seria fruto de uma escolha: o homem é livre porque pode escolher entre o bem e o mal. O livre-arbítrio seria uma dádiva de Deus, mas a ação será legítima se guiada pela fé e pelas leis do Criador. Se ele escolher o bem, certamente encontrará a liberdade. Se sua escolha for o mal, a natureza pecaminosa o distanciará de Deus. Posteriormente, Martinho Lutero (1483-1546) acreditava que tudo que acontece com o homem é fruto da soberania de Deus, pois ele não apenas conhece o que se passa com os homens, mas também controla a tudo e a todos....

Mas hoje? Seria possível relacionar liberdade a superação do pecado para todos?

A liberdade surge como um direito de cada um, na condição de cada sujeito e sua capacidade de ser dono do próprio destino. Fundador do racionalismo moderno, o filósofo René Descartes (1596-1650) associa a liberdade ao conceito de livre-arbítrio:
O homem é livre na medida em que pode escolher fazer ou não alguma coisa sem ser coagido por força exterior.
 Na visão cartesiana, a liberdade é o ato de saber avaliar bem e racionalmente todas as alternativas disponíveis antes de tomar uma decisão. Para ele, age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas que precedem a escolha.
 A liberdade também existia no sentido político e civil. John Locke (1632- 1704) acreditava que se tornaria imprescindível para a criação de leis que regulamentem os direitos naturais dos indivíduos, como o direito à propriedade. “Onde não há lei, não há liberdade”, disse Locke...

O suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) afirmou que os homens nascem livres e que a liberdade não existe sem igualdade. Não haveria democracia sem a livre circulação de ideias. Ele difundiu o conceito de que a liberdade é um direito e um dever ao mesmo tempo. Seu pensamento foi influente na Revolução Francesa.

Friedrich Nietzsche (1844-1900) acreditava que o pensamento racional não é superior às sensações e experiências. Ele também dizia que existem limites para o livre-arbítrio e o homem não faz sempre o que quer. Para ele, nenhuma ação é totalmente livre porque a escolha ou o desejo de algo são condicionados às condições da natureza, às regras e eventos de uma sociedade, a relações de poder e interpretações sobre o mundo
E  nós? O que nos atrapalha a liberdade individual?
Como a liberdade de todos está relacionada com a liberdade de cada um?  


Fonte:
https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/filosofia-o-tema-da-liberdade.htm

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