Liberdade I (8º ano)






Liberdade, em filosofia,pode ser a independência do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade. A liberdade é um conceito utópico, uma vez que é questionável se realmente os indivíduos tem a liberdade que dizem ter, se com as mídias ela realmente existe, ou não. Diversos pensadores e filósofos dissertaram sobre a liberdade, como Sartre, Descartes, Kant, Marx e outros. Vamos Fica com uma discussão de Kant: "O que é esclarecimento? Esse famoso texto de Kant foi publicado em 1784 em um periódico.
O Esclarecimento (Aufklärung,em alemão) é o período da Ilustração, do Iluminismo,
o Século das Luzes.
Leia o texto:

https://ensaiosenotas.com/2014/11/22/kant-o-que-e-esclarecimento/

1.Façam um breve resumo do texto lido em sala de aula, siga o roteiro:
  • O que é a menoridade segundo Kant e como podemos sair dela?
  • O que é o esclarecimento?
  • O que é a maioridade e como ela se relaciona com os ideais do Iluminismo?
2. Explique o Lema: “ Tem coragem de servir-te de teu próprio esclarecimento?”

3. Por que a passagem à maioridade é considerada difícil e perigosa?

Comentários


  1. O esclarecimento é a saída do homem da condição de menoridade autoimposta. Menoridade é a incapacidade de servir-se de seu entendimento sem a orientação de um outro. Esta menoridade é autoimposta quando a causa da mesma reside na carência não de um entendimento, mas de decisão, mas de decisão e coragem em fazer uso de seu próprio entendimento sem a orientação alheia. Sapere aude! Tem coragem de servir-se de teu próprio entendimento! Este é o mote do Esclarecimento. Preguiça e covardia são causas que explicam porque uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia [...], ainda permanecem, com gosto e por toda a vida, na condição de menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus tutores. É tão confortável ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um médico que me prescreva uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário pensar, quando posso pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim; a maioria da humanidade (aí incluído todo o belo sexo) vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente embrutecido seu gado, para que estas pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos trilhos nos quais devem andar, tutores lhes mostram os perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar, basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não façam novas tentativas. É, porém, difícil para um indivíduo livrar-se de uma menoridade quase tornada natural. [...] Contudo, é possível que um público se esclareça a respeito de si mesmo. Na verdade, quando lhe é dado a liberdade, é algo quase inevitável. Pois aí encontrar-se-ão alguns capazes de pensar por si, até mesmo entre os tutores instituídos para a grande massa, que, após se libertarem do julgo da menoridade, espalharão em torno de si o espírito de uma apropriação racional do próprio valor e da tarefa de cada ser humano, que consiste em pensar por si mesmo. Saliente-se aqui que o público, que antes havia sido posto sob este julgo pelos tutores, posteriormente os obriga a tal sujeição quando é atiçado por alguns desses tutores, eles próprios incapazes de atingir o esclarecimento. Assim, é prejudicial plantar preconceitos porque acabam se voltando contra aqueles que o fomentaram. Por este motivo, só lentamente o público consegue chegar ao esclarecimento. Através de uma revolução sucederá provavelmente a queda de um despotismo pessoal e de uma opressão ambiciosa e dominadora, mas jamais será promovida uma verdadeira reforma na verdadeira maneira de pensar; e verdade, apenas novos preconceitos, da mesma forma que os antigos, servirão de guia da grande massa ignara. Para o Esclarecimento, porém, nada é exigido além da liberdade; e mais especificamente a liberdade menos danosa de todas, a saber utilizar publicamente sua razão em todas as dimensões. [...] Mas o que o povo não consegue decidir para si mesmo, não deverá um monarca fazê-lo, pois sua legítima autoridade baseia-se no fato de que ele une a vontade geral do povo à sua. Quando ele se presta somente a observar que toda a melhoria verdadeira ou presumida esteja de acordo com a ordem civil, então pode deixar seus súditos fazerem aquilo que consideram necessário para a salvação de suas almas; isso não lhes diz respeito. O que lhes cabe é evitar que um impeça violentamente o outro de trabalhar em estabelecimento e evolução pessoais.”


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